Economista Analisa Tendências Para a Black Friday

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Data de publicação: 23 de novembro de 2023

Nesta Sexta-feira (24/11), acontece o evento mundial conhecido como Black Friday, momento especial para comerciantes limparem seus estoques e consumidores conseguirem seus produtos dos sonhos por preços mais baixos. Por isso, o Core-GO entrou em contato com alguém que entende do assunto, para trazer uma breve análise sobre o mercado nesta época. Danilo Orsida é advogado e economista e respondeu algumas de nossas perguntas:

 

P: Nesta sexta-feira (24), se inicia a Black Friday. E, com ela, a expectativa do consumidor de adquirir produtos a um preço acessível. A Black Friday é, de fato, uma oportunidade de garantir economia?

 

Danilo Orsida: Acredito que, sim, é uma oportunidade para o consumidor e, de igual forma, para o próprio comerciante. Pela perspectiva do comerciante, é o momento em que se renova o estoque, se prepara para período do final de ano. Lembrando que essa data que incorporamos no calendário do comércio brasileiro é contemporânea ao final de ano, ao período em que se tem o pagamento de verbas trabalhistas, como é o caso do 13º [salário], período em que se tem, também, o pagamento de férias.

 

P: Diante disso, quais dicas você dá para o consumidor que quer economizar de verdade na Black Friday?

 

D: Acredito que a principal dica é pesquisa prévia de preços e fugir do consumo por impulso: é natural que, nesse período, muitos dispõem de uma renda um pouco melhor, um pouco maior, em razão, até mesmo, do 13º [salário], têm a previsibilidade de uma renda extra no mês e, às vezes, consome por impulso.

 

P: É evidente que nós temos dois ambientes diferentes em que a Black Friday acontece: o comércio online e as lojas físicas. Como se diferenciam esses dois ambientes nesta data?

 

D: A principal dica é fazer essa pesquisa prévia de preços, se questionando, naturalmente, sobre a necessidade e a possibilidade desse consumo sem comprometimento do orçamento e ter atenção não só então à questão dos preços mas em relação às quantidades: é muito comum em certos produtos que se reduza a quantidade e se faça falsas promoções no sentido de induzir o consumidor ao erro, então acho que são, talvez, os principais pontos de atenção.

 

P: Essa data é importante não somente para o consumidor mas também para o comerciante. Como é possível que ele aproveite esta data para impulsionar as vendas?

 

D: É interessante notar que, em relação ao consumo na loja física, o empresário tem o custo do estoque: ou seja, ele adquire um produto e mobiliza capital nesse produto e esse produto, no estoque, é um dinheiro parado, que poderia gerar rendimentos para o empresário, caso estivesse aumentando seu fluxo de caixa. Na loja online, de outra forma, já não existe esse custo de estoque, por essa razão a venda online permite ao empresário o oferecimento dos produtos com uma melhor condição do que na loja física. É muito comum, em especial em lojas atacadistas, livrarias, essa diferença de preço tanto no ambiente online quanto na loja física, sendo que no ambiente online o preço tende a ser menor, considerando os custos menores.

Na venda online, o empresário faz a aquisição que chamamos de venda ‘just in time’ – ou seja, na medida em que o consumidor emite uma ordem de compra, esse empresário intermedia junto ao fornecedor, de modo que essa remessa seja feita, em sequência, à figura do consumidor final. Então, repito, não há figura do custo do estoque. No modelo tradicional, o empresário adquire a mercadoria, essa mercadoria fica estocada ali na loja, e, enfim, essa venda é feita de uma forma gradual. Então são, digamos, fórmulas diferentes de vendas e, naturalmente, que no ambiente online há um custo menor para o empresário. Por consequência, o preço no ambiente online necessariamente tende a ser menor do que na venda feita pela loja física.